OS MINERAIS
São elementos ou compostos encontrados naturalmente na crosta terrestre. São inorgânicos
em contraste com os químicos orgânicos (constituídos principalmente de carbono, hidrogênio e
oxigênio típicos de matéria viva).
Os minerais, substâncias sólidas inorgânicas, ocorrem em todos os ambientes naturais com
materiais sólidos: rochas, solos e sedimentos. Podem estar na forma de grãos soltos (nos solos e
sedimentos) ou associados firmemente (nas rochas).
Muitos minerais têm composição química definida. Outros têm uma série de compostos
onde um elemento metálico pode ser total ou parcialmente substituído por outro. Neste caso
temos dois minerais muito similares quimicamente e em muitas propriedades físicas. Raramente
uma propriedade física ou química identifica um mineral, em geral são necessárias muitas
características.
Dois ou mais minerais podem ter a mesma composição química, mas estruturas cristalinas
diferentes, sendo nesse caso conhecidos como polimorfos do mesmo composto. Por exemplo, a
pirite e a marcassite são ambos constituídos por sulfeto de ferro, embora sejam totalmente
distintos em aspecto físico e propriedades.
Similarmente, alguns minerais têm composições químicas diferentes, mas a mesma estrutura
cristalina, originando isomorfos. Um exemplo é dado pela halite, um composto de sódio e cloro, a
galena, um sulfeto de chumbo, e a periclase, um composto de magnésio e oxigênio. Apesar de
composições químicas radicalmente diferentes, todos estes minerais compartilham da mesma
estrutura cristalina cúbica.
A identificação de alguns minerais raros requer equipamentos de laboratório, análises
químicas e estudos de ótica ao microscópio petrográfico.
Histórico
A Parte da Geologia que estuda os minerais designa-se Mineralogia. A história da utilização
dos minerais resulta da observação dos achados arqueológicos.
O homem pré-histórico fez uso do sílex e outras variedades de quartzo para suas
necessidades. Nas sociedades neolíticas o homem usou gemas (minerais utilizados em joalherias e
ourivesaria) como moeda de troca. Quando descobriu os metais (ouro, cobre, estanho, ferro)
passou a fazer uso deles.
O conhecimento dos metais e a sua utilização caracterizaram alguns períodos da
antiguidade, como a Idade do bronze ou a Idade do ferro. Atualmente, o homem faz uso direto ou
indireto de quase todos os minerais conhecidos.
Como os seres vivos, as espécies minerais foram sendo descobertas e descritas ao longo do
tempo; muitas espécies minerais foram descobertas no Brasil.
A Associação internacional de Mineralogia (IMA) estabelece os critérios para que as
substâncias sejam ou não consideradas minerais e para que as espécies descobertas possam ser
reconhecidas.
Minerais e rochas
Embora na linguagem comum por vezes os termos mineral e rocha sejam utilizados de forma
quase sinônima, é importante manter uma distinção clara entre ambos. É preciso não perder devista que um mineral é um composto químico com uma determinada composição química e uma
estrutura cristalina definida, como atrás foi apontado. Se é verdade que existem rochas compostas
por um único mineral, na generalidade dos casos, uma rocha é uma mistura complexa de um ou
diversos minerais, em proporções variadas, incluindo frequentemente frações, que podem ser
significativas ou mesmo dominantes, de material vítreo, isto é, não cristalino.
Os minerais específicos numa rocha, ou seja aqueles que determinam a classificação desta,
variam muito. Alguns minerais, como o quartzo, a mica ou o talco apresentam uma vasta
distribuição geográfica, enquanto outros ocorrem de forma muito restrita. Mais da metade dos
mais de 4000 minerais reconhecidos são tão raros que foram encontrados somente num punhado
das amostras, e muitos são conhecidos somente por alguns pequenos cristais. Pondere-se a
diferença de abundância entre o quartzo e o diamante, sendo certo que este último nem é dos
minerais mais raros.
Propriedades físicas dos minerais
As propriedades físicas dos minerais resultam da sua composição química e das suas
características estruturais. As propriedades físicas mais óbvias e mais facilmente comparáveis são as
mais utilizadas na identificação de um mineral. Na maioria das vezes, essas propriedades, e a
utilização de tabelas adequadas, são suficientes para uma correta identificação. Quando tal não é
possível, ou quando um elevado grau de ambiguidade persiste, como no caso de muitos isomorfos
similares, a identificação é realizada a partir da análise química, de estudos de óptica ao
microscópio petrográfico ou por difração de raios X. São as seguintes as propriedades físicas
macroscópicas, isto é observáveis sem necessidade de equipamento sofisticado (por vezes
designadas, por essa razão, por propriedades de campo):
a) Cor
É uma característica extremamente importante dos minerais, entretanto não é muito
confiável, pois esta pode variar devido a impurezas existentes em minerais como o quartzo, o
corindo, a fluorite, a calcite, a turmalina, o berilo entre outros. Em outros casos, a superfície do
mineral pode estar alterada, não mostrando sua verdadeira cor.
O berilo apresenta um grande número de variedades, segundo a cor. Este pode ser incolor,
branco, amarelo pálido, verde, rosa, azulado, roxo. O berilo verde é chamado esmeralda, o raro
berilo vermelho é esmeralda vermelha ou esmeralda escarlate. O berilo azul (devido ao ferro) é
chamado de água-marinha,o berilo rosa (devido a manganês e ferro) é a morganita, um berilo
amarelo brilhante e límpido é chamado berilo dourado, e um berilo incolor é chamado gochenita e
o amarelo-esverdeado (devido a manganês, ferro e titânio) heliodoro.
b) Brilho
O brilho depende da absorção, refração ou reflexão da luz pela superfície do mineral. O
brilho é avaliado à vista desarmada e descrito de forma comparativa utilizando um conjunto de
termos padronizados. Podemos distinguir vários tipos de brilho: vítreo (semelhante ao vidro);
perláceo (semelhante à pérola); graxo ou gorduroso (semelhante às substâncias gordurosas);
sedoso (como o brilho da seda); adamantino (quando o mineral apresenta reflexos particularmente
fortes e brilhantes, como o diamante).
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